Aug 28, 2007

Whisper


Let me say sorry for the last time,
Before we become strangers forever.


Desenho por: thehiddensaphire.deviantart.com

Aug 5, 2007

Suavidades



No silêncio que afago com as minhas mãos encolho um tímido estremecer. Parece que o quente trepidar do céu ausente me fez tecer as lágrimas que agora chovem no seu regaço e a saciam de uma sede quase asfixiante. Parece que ainda ontem segurava o futuro tangível, mas hoje a calma do equilíbrio tinge de cores frescas a indelével marca dos sorrisos que vou recolhendo, sem piedade, à medida que deslizam à frente de meus olhos os momentos em que o meu corpo se entregou aos devaneios impostos pela minha mente.
Aqueci o pudor demente e deixei que a luxúria fosse escorrendo suavemente até ao lago das minhas memórias. Ali me deixei ficar deitada, enquanto o idílico se misturava com a realidade pintada pelos meus nervos. A sua inegável ternura bombeia-me os sentimentos para o infinito do que me rodeia e simplesmente desconheço. Porém, existe sempre algo de tão familiar nos sonhos que paulatinamente planto nas águas das correntes florais, um aroma que inebria os meus sentidos e interdita qualquer negrume que queira incautamente surgir.
Ali repousam os nossos corpos, levados pela epítome das sensações reunidas ao gosto do canto dos rouxinóis, partilhando uma necessidade premente de toques gentis, incessantemente entregues à pele que se arrepia em sucessões frenéticas de espasmos. Bem perto se encontra a concretização de um dia perfeito à medida que o amarelo, o vermelho e o laranja se vão apoderando do firmamento. Bem perto sinto o cheiro pungente e extremamente intenso dos dedos a atravessar os finos e longos cabelos, devolvendo à minha carne um doce respirar, que liberta por alguns instantes o perfume da paixão. Agora podemos repousar, misteriosamente enroscados num sossego reconfortante e naturalmente enternecedor. Agora entrego-me à límpida suavidade de um acordar fechado dentro de mim, pelos meus olhos tolhidos pela abertura matinal.

Aug 4, 2007

Saudade


Às vezes imagino o bom que seria se não existisse a saudade...mas depois penso que se esta não existisse, não poderiamos gostar verdadeiramente de uma pessoa, pois não sentiriamos falta dela quando ela não estivesse...
Se não houvesse saudade, como sentiríamos aqele apertar do coração que faz saber tão bem o reencontro?
Como poderíamos disfrutar ao máximo o tempo que estamos com uma pessoa, se iría saber ao mesmo que se estivessemos sem a mesma?